De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde pública do Brasil e do mundo. Diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, esteatose hepática e apneia do sono são comorbidades frequentes aos quadros de obesidade, assim como diversos transtornos mentais, sendo depressão, ansiedade e compulsão alimentar os mais recorrentes. Por se tratar de uma doença crônica, multifatorial, resultante da interação de fatores genéticos, ambientais, emocionais e relacionados ao estilo de vida, sabe-se que a prevenção é possível e deve ser incentivada. Especialistas no tema discutem que ações em massa que geram impactos coletivos como mudanças na rotulagem dos alimentos com informações sobre os prejuízos do consumo exagerado de açúcares, gordura e sódio, o aumento de taxas para produtos industrializados e a redução de impostos para alimentos in natura são alguns dos caminhos possíveis. O fato é que além de ações e estratégias governamentais para prevenir a incidência da obesidade na população, deve-se abordar também as escolhas individuais e aspectos relacionados ao estilo de vida que envolve, de forma geral a organização da rotina pessoal.
Sabe-se que a Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) é uma modalidade de psicoterapia que foca nos padrões cognitivos e comportamentais do paciente buscando identificá-los e modificá-los por meio de técnicas específicas, sendo amplamente indicada para o tratamento de diversos transtornos mentais como nos quadros de depressão e ansiedade por exemplo. No tratamento da obesidade, especificamente, além do foco nesses sintomas quando estão presentes, aborda-se o automonitoramento de alimentos consumidos através do diário alimentar, que é um dos recursos bastante utilizados. Através desse registro é possível identificar os gatilhos geradores da alimentação inadequada, identifica-se as emoções relacionadas à alimentação, bem como os horários das refeições e os pensamentos permissivos com relação à comida. Quanto a esses pensamentos relacionados à alimentação, ideias como “Não se pode desperdiçar comida, pois tem muita gente passando fome” ou “Já que eu estraguei a dieta comendo esse chocolate, vou comer o que eu quiser e segunda-feira eu recomeço” ou então, “Se o pote pequeno custa R$7,00 e o grande custa R$9,00 vou comprar o grande pelo custo-benefício” devem ser abordadas e flexibilizadas pois geram episódios de comer exagerados e fugas constantes do plano alimentar.
No próximo post, vou mostrar quais as estretégias que podem ser adotadas para a mudança de hábito através da terapia cognitiva comportamental.
Ate breve!
Abraço fraterno,
Vanessa Ponstinnicoff- Psicóloga – CRP 06/85252
Instagram: psicovanessa_ponst
Especialista em Terapia Cognitivo-comportamental pelo CETCC
Mestre em Ciências pela UNIFESP (Programa Interdisciplinar em Ciências da Saúde)
Doutoranda em Ciências pela USP (Departamento de Psiquiatria)