Em tempos de aceleração, quando tudo é para ontem, parar por alguns minutos para respirar e meditar, sim, pode ser um desafio. Isso se dá, em geral, porque vivemos conectados ao futuro, pensando sempre nas coisas que precisam ser feitas, nas contas que devem ser pagas e em outras tantas preocupações que nos tiram do agora e nos colocam constantemente no amanhã. O resultado? Ansiedade!
O brasileiro, de modo geral, enfrenta esse problema com uma frequência maior do que indivíduos em outras nações. Tanto que, de acordo com o último grande mapeamento global de transtornos mentais realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem o título de ‘o país mais ansioso do mundo’, com 9,3% da população com quadros de ansiedade patológica.
Mitos e verdades sobre a meditação
A meditação tem sido uma prática cada vez mais investigada pela ciência por seus efeitos positivos no controle da ansiedade e de outros distúrbios mentais, como a depressão. Mas, não só!
No Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por exemplo, desenvolvem estudos associando a meditação à melhora da pressão arterial. Já na China, pesquisadores da Universidade Shanghai Jiao Tong, concluíram que a prática também beneficia o sistema intestinal, que também tem a sua regulação ligada à saúde mental.
Nos Estados Unidos, um estudo da Universidade Georgetown, publicado na revista científica JAMA Psychiatry, apontou que o mindfulness – a prática meditativa da atenção plena – se mostrou tão eficaz no controle da ansiedade quanto o uso de determinados ansiolíticos. Mas, claro, isso precisa ser ponderado e não deve ser motivo para substituição de um tratamento medicamentoso sem acompanhamento médico.
Fato é, a medicina tem demonstrado cada vez mais interesse na prática milenar, comprovando seus resultados positivos, em especial, na mente humana.
A meditação influencia o sistema nervoso autônomo, um mecanismo do cérebro que faz com que funções do corpo aconteçam sem que a gente precise controlar, como a respiração, a digestão, entre outros. Em situações de estresse, quando o nosso corpo reage instintivamente colocando o organismo em estado de alerta, a meditação estimula o efeito contrário, retomando o corpo ao estado de equilíbrio. Ao ponto de neutralidade.
Apesar disso, assim como o yoga, a meditação carrega estigmas que precisam ser quebrados. Listamos a seguir, alguns deles para você:
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Meditação é não pensar em nada
Existem diversas técnicas de meditação, mas, ‘pensar em nada’, definitivamente, não é uma delas! Isso porque o pensar é um exercício natural da mente humana.
A prática meditativa ajuda o praticante a controlar o fluxo constante de pensamentos, olhando para eles com distanciamento. Para isso, costuma usar como ‘âncora’ a observação da respiração.
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É um tipo de religião
Apesar de o exercício da meditação integrar algumas religiões orientais, entre elas o budismo, isso não significa que o ato de meditar carregue em si um simbolismo religioso. É laico e pode ser usado para se conectar com o presente e com a sua própria essência.
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É preciso um lugar especial
Outro mito frequente é a ideia de que é preciso estar no alto de uma montanha ou em uma paisagem paradisíaca para meditar. Lugares silenciosos contribuem para o foco e a concentração, evitando dispersões, especialmente quando o praticante está dando seus primeiros passos na prática. No entanto, é possível meditar em qualquer lugar, no centro de uma cidade, em um quarto, no ônibus ou na fila do supermercado. Como? Conectando-se com o agora de forma lúcida, observando com atenção o que acontece ao seu redor, os sons, os cheiros, as sensações que o ambiente e as condições oferecem.
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Meditação só funciona com pessoas calmas
Todos podem meditar, sejam pessoas calmas ou agitadas. A meditação é um momento de pausa para observação, conexão com o seu eu interior e com o que acontece a sua volta.
Benefícios da meditação
Entre os efeitos positivos apontados em investigações acerca da meditação, estão:
- redução de estresse;
- diminuição de sintomas depressivos;
- controle da ansiedade;
- potencialização do autoconhecimento e da autoestima,
- desenvolvimento do foco nas atividades;
- redução da perda da memória;
- ampliação das emoções positivas;
- melhora do sono;
- benefícios em relação à doenças crônicas.
PONTO IMPORTANTE! Apesar de a meditação ser vista com bons olhos por parte da classe médica, isso não significa que pessoas com quadros de ansiedade ou outros distúrbios mentais devam desconsiderar a busca por um profissional de saúde especializado. Pelo contrário, a busca por tratamento com a sinalização da vontade por práticas alternativas de tratamento é o melhor caminho!
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