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Obesidade: Estratégias de Mudança Através da Terapia Cognitiva comportamental – Parte 02

Por 3 de dezembro de 2021 Sem comentários
Blog Goodbe Obesidade terapia cognitica comportamental

Obesidade: Estratégias de Mudança Através da Terapia Cognitiva comportamental

Conforme falamos no conteúdo anterior sobre obesidade, técnicas aplicadas através da terapia cognitiva comportamental geram bons resultados. Uma técnica importante a ser trabalhada é a do automonitoramento semanal do peso também é incentivado uma vez que este é um indicador fácil e rápido de mudança da composição corporal, apesar de não ser o mais preciso. Além disso, estratégias focadas na mudança comportamental também são empregadas tais como  planejar as refeições de acordo com as orientações do nutricionista e fazer as refeições em uma atmosfera relaxada, comer devagar, com atenção plena e sempre sentado à mesa também são alvos do tratamento. Fazer uma lista de compras antes de ir ao supermercado e não ir com fome também são aspectos recomendados, além de não estocar alimentos altamente palatáveis (ricos em gordura e açúcar) em casa. Durante o tratamento, pode ocorrer o treino de habilidades sociais como a capacidade de recusar alimentos oferecidos, dizendo “Não, obrigado”, sem medo de magoar o outro. Durante a terapia pela TCC são também desenvolvidas estratégias para enfrentar situações sociais específicas, como festas de aniversário, eventos em família, finais de semana, períodos de férias e feriados, que são considerados momentos comuns de “enfiar o pé na jaca” na refeição. 

Considerando que a obesidade resulta de um balanço energético positivo, ou seja, a quantidade de energia ingerida é maior que a energia utilizada para as funções do organismo, a adesão à prática regular de atividade física é um dos aspectos fundamentais e indispensáveis no tratamento, buscando aumento do gasto energético diário. Para iniciar o hábito de praticar exercícios físicos, na TCC recomenda-se a seguinte premissa: “Cinco minutos de atividade física, é melhor do que zero minutos”. A pessoa deve escolher o melhor horário, a atividade que considere mais vantajosa para si naquele momento, sempre com ajuda profissional e deve se comprometer em realizá-la diariamente ou pelo menos três vezes por semana, por no mínimo 30 minutos. Recomenda-se que a pessoa priorize a prática de atividade física na rotina e que ela esteja no mesmo patamar de outras atividades vitais como hábitos de higiene pessoal e horas de sono. Ou seja, assim como não deixamos de tomar banho e de dormir, também não podemos deixar de praticar atividade física. Durante o tratamento, procura-se também reduzir o tempo que a pessoa permanece sentada ou deitada, diminuir o tempo na frente da TV, do computador e do celular, além de ampliar as possibilidades de movimentação, como utilizar as escadas do prédio onde mora ao invés do elevador, por exemplo. O uso de pedômetros ou outros recursos tecnológicos podem auxiliar nesse processo.

Cabe ressaltar que a mudança cognitiva e comportamental é um processo gradual e ocorre de forma diferente para cada pessoa. O foco do tratamento psicológico nos quadros de obesidade é a melhora da saúde mental e mudança do estilo de vida que envolve, grosso modo, o desenvolvimento de uma mentalidade de controle do peso. Assim, se não for possível gerar perda de peso ou emagrecimento, é possível conter seu aumento e consequentemente prevenir o agravamento  da obesidade. 

Para tanto, deixo aqui algumas dicas:

  • Procure conquistar cada vez mais uma alimentação equilibrada, nutritiva e saudável;
  • Busque atingir uma meta de 6 a 9 horas de sono de qualidade todos os dias;
  • Monitore o seu peso corporal semanalmente;
  • Tente movimentar-se mais durante o dia e pratique atividade física regularmente;
  • Procure ajuda profissional.

Abraço fraterno,

Vanessa Ponstinnicoff- Psicóloga – CRP 06/85252

Instagram: psicovanessa_ponst

Especialista em Terapia Cognitivo-comportamental pelo CETCC

Mestre em Ciências pela UNIFESP (Programa Interdisciplinar em Ciências da Saúde)

Doutoranda em Ciências pela USP (Departamento de Psiquiatria)

Referências: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (www.abeso.org.br acesso em 04/10/2021).